18 de fevereiro de 2010

Descoberta de Deus

“Escuta Deus. Jamais falei contigo. Hoje quero te saudar. Bom dia! Como vai? Sabe?! Disseram que você não existe e eu, tolo, acreditei que era verdade; nunca havia reparado na tua obra. Ontem à noite, da trincheira rasgada por granadas, vi teu céu estrelado e compreendi então, que me enganaram.

Não sei se apertara minha mão. Vou te explicar e há de compreender. É engraçado. Neste inferno hediondo achei a luz para enxergar teu rosto. Dito isso, já não tenho muita coisa a te contar. Só que tenho muito prazer em conhecê-lo. Faremos um ataque à meia-noite. Não sinto medo. Eu sei que estara velando.

É o clarim! Deus, tenho que ir embora. Gostei de ti, vou ter saudades... Quero dizer; será cruenta a luta, bem sabe e esta noite pode ser que vá bater a tua porta! Muito amigos não fomos, é verdade. Mas... Sim, estou chorando! Vê Deus, penso que já não sou tão mau assim. Bem, Deus, tenho que ir. Sorte é coisa bem rara. Juro, porém, que já não receio a morte”.

- Texto encontrado em pleno campo de batalha, no bolso de um soldado americano desconhecido; do rapaz estraçalhado por uma granada restava intacta, apenas esta folha de papel. (Do livro “As Mais Belas Orações de todos os Tempos”).

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